Corriqueiro e Natural

-Eai Rubão, aquela grana brother?
O olhar de ganância e ódio eram bem aparentes, mas disfarçados por um tom de voz amigável e tolerante.
-Porra velho, ta bem foda!
Já pensava que seu amigo fosse pensar que era mentira qualquer explicação que desse, mas mesmo assim iria falar a verdade e esperar o melhor, afinal, sempre foi positivo.
-É cara? Mas por que?
Disse isso na maior vontade de xingar e enfiar a mão na cara do seu amigo.
-Na moral mesmo, paguei a pensão do pivete hoje, água, luz e um agiota ai!
Tudo realmente era verdade, deveria comover ou pelo menos acalmar alguém que ouvisse a historia de um cara que pega dinheiro de um agiota pra poder sustentar seu filho e uma mulher impiedosa.
-Olha mermão, não tenho nada haver com seus rolos, amizade é uma coisa, grana, negócios são outra totalmente diferente! Quero meu troco agora, por favor!
Disse tudo isso com as mãos trêmulas, vontade incontrolável de sair distribuindo socos e ponta pés no amigo.
-Mas cara, não tenho mesmo, sei que te devo a algum tempo, mas da um tempo a mais ai pra mim, porra, nós somos amigos a tanto tempo!
Já querendo correr, morrer, sumir da face da terra! Também, qualquer um iria querer tudo isso vendo que estava perdendo um amigo.
-Amizade de cu é rola rapá, você é um safado véi, Rubão, não brinca comigo não cara!
Já armando um belo de um soco na cara do agora ex amigo!
-Porra cara, não imaginava que tu fosse fazer isso comigo, mas quer saber cara. . . Não tenho dinheiro agora, se quiser espera, se não nem vai receber mais!
Falou com toda coragem do mundo já que havia perdido o amigo pelo menos lhe restaria a dignidade.

Quando menos se esperou haviam carros de policia e ambulâncias no lugar, uma rua meio deserta perto de uma loja de presentes, Peres estava sentado na calçada aos pés de Rubão que sangrava sem parar, os policiais preenchiam os papéis para levar Peres embora, preso por homicídio. Rubão nem pode reagir, os para-médicos tentavam estancar o sangue, mas uma facada no pescoço na maioria das vezes é fatal!
Quando entrava no camburão Peres falou para o policial:
-Ele era meu amigo, o dinheiro me deixou louco!
Sem mais nada a se fazer, uma divida de cinco reais para comprar leite levou uma pessoa a morte, um amigo matar o outro, duas vidas jogadas fora por causa de um pedaço de papel.

Pensamento [4]

É, fico imaginando, as pessoas vivem questionando por que fumar tanto? Por que roer unhas? Por que diabos ser tão estressado?
Sabe porque? Azar meus amigos!
Pois bem, comprar um celular, ter bônus para poder se comunicar com quem se deseja, mas quando tenta fazer tal coisa o maldito não cumpre com seu dever, sim, o celular recebe e não liga, não manda mensagens. Agora me lembro o motivo de não gostar de celular.
Outra coisa fantástica é colocar internet em casa, usar duas horas e ela cair, te deixando completamente na mão, deixando pessoas e conversas importantes pra quando a filha da puta da internet resolver funcionar!

Agora, as pessoas ainda tem motivos para questionar o habito do cigarro e roer de unhas? Do estresse extremo?
A vida é injusta, muito injusta!

Diário do capitão - São Carlos-SP . Fim da viajem

(...) Bom, como toda viajem um dia tem que acabar, essa acabou no sábado 08/05.
Acabou um tempo razoável do esperado, que seria até 03/06 não, nada é perfeito! Mas pelo menos tudo acabou bem, de um jeito ou de outro acabou bem.
Como sempre, quem vos fala abriu de mais a boca e conseguiu estragar algumas coisas se expressando mal como sempre e expondo demais sua opinião, como sempre, as pessoas continuaram me tratando muito bem, sendo hospitaleiras e gentis até o ultimo minuto e tudo correu bem na minha "volta pra casa".
Planos foram feitos e estão em faze de finalização, mas essa é uma outra historia!
Continuando sobre minha volta, passei por Anastácio pra dar um beijo na Capy, cumprimentar algumas pessoas e finalmente voltar! Quando cheguei encontrei um amigo, o Pin, saímos para beber e já consegui resolver alguns assuntos também.
Uma parte interessante da minha volta se desenrolou de tarde, umas 16:00Hrs quando voltava para casa e derrepente alguns policiais bem folgados me pararam na rua, já desceram da viatura mandando por a mão na cabeça, coisa que eu não fiz! Depois de muito bater boca com eles deixei que me revistassem e continuei batendo boca, até que um deles (O mais gentil) me disse:
"O Maluco, se tivesse mais escuro eu teria te dado um cola brinco"
Eu dei risada e contestei tudo o que estava acontecendo, perguntei se as pessoas pagavam impostos para isso, enfim foram muito mal educados e "não éticos" comigo, bati muita boca e o mesmo que me ameaçou, no final os dois sem argumentos disse:
"Maluco, vai tomar no seu cu"
E eu respondi:
"Obrigado, vou sim, mais tarde pode deixar, vocês estão fazendo um ótimo trabalho, parabéns"
Eles foram embora nervosos e eu voltei para minha casa.
Meu retorno (Breve) não foi muito emocionante, no mínimo normal, mas foi isso!
Enfim, é o fim.

Diário do capitão - São Carlos-SP. População

Depois de passar meu aniversário com minha namorada andando aqui em São Carlos, venho lhes escrever sobre as pessoas daqui, alguns comércios e coisas e tal.
As pessoas de São Carlos:
Apesar de ser uma cidade grande, parece que estamos de volta a o interiorzão, começando quando fui comprar um par de bolinhas pro meu piercing, havia escolhido uns spikes, mas na hora desisti de leva-los e fiquei com as clássicas bolinhas mesmo. Quando me resolvi do escolhido e a vendedora foi me perguntar o que ia levar na verdade, me veio falando "espetííínho", um sotaque meio que de baiano com nordestino, porra, os caras falam igual o Chico Bento é engraçado demais e são todos que falam assim, alguns até tem esse sotaque mais forte e em mais palavras, sim porque a maioria que eu ouvi foi em palavras como "Espeto, bonito, lata", a sim, o que deixa ainda mais filha da puta esse sotaque, é a mania desgraçada de colocar tudo no diminutivo!
Rapas como isso irrita, porra, vontade de falar muita merda pra alguém, manter um diálogo assim:
"Oi, gostaria de uma LATÍÍNHA de refrigerante?"
"Olha, enfia essa porra no seu cu, primeiro porque se diz LATINHA e segundo esse diminutivo tem relação com alguma coisa? Tipo, teu pai, aquele corno tem um pinto muito pequeno?"

Mais uma coisa que se encaixa nesse tópico é o fato de que tem 300 estúdios aqui, mas todos eles são feitos para pessoas leigas no assunto e de preferência milionárias, os caras querem cobrar 6 mil reais em um alargador, 12 o par, fora que ninguém aqui tem alargador grande, nem na loja e muito menos na orelha.
O máximo que eu vi foi de uns 14MM os caras nos estúdios não usam alargador e quando usam é pequeno, aqui pela cidade ninguém usa piercing ou alargador. Tatuagem sim, a maioria das pessoas tem, mas foda, sempre a mesma coisa, filho da putazinho bombadinho com uma carpa no braço, da vontade de falar pro cara:
"Ai parceiro, existem outros desenhos e os tatuadores sabem fazer viu!"
Falando nos preços dos estúdios você pensa que é só lá não é?! Mas não, cara, aqui é a cidade do absurdo, nossa tudo é caro em todos os lugares, fora que as pessoas são meio doidas dirigindo e adoram apertar a buzina  do carro, os motoristas de ônibus não, esses não são doidos, são filhos da puta mesmo, a missão deles é matar todos os pedestres e acho que tanto dentro quanto fora do ônibus. Porra, os cara andam na velocidade máxima do bagulho, fazem curvas na calçada, andam nela e ainda fazem igual no Mario Kart, jogam bombas nos outros!
Ontem descobri que aqui em São Carlos muita gente tem pacto com o demônio, tinha um cara vendendo meias e ele ficava falando "meia, meia meia" porra, mensagens ocultas no calçadão, o moleque ouve o tio vendendo meia e logo depois faz um pacto e vende sua alma pro Diabo, a unica coisa ruim, é que eu tenho certeza de que todo mundo que faz pacto acaba virando vendedor de meias e falar igual o Chico Bento!
Mas como sempre teve coisas boas, fora a presença da minha namorada, foi um cara que conheci, o cara me pediu um cigarro, daí sabe quando você esta em um dia Madre Tereza?! Falei que só ia dar porque estava bonzinho e porque era meu aniversário, o cara conversou um pouco com agente (Eu e Raíra) e descobri que ele era um cara legal, tinha um sorriso sincero e um jeito muito divertido, gostei de ter perdido um cigarro e essa é a segunda vez que me acontece, porque em Anastácio um cara do nada colocou cerveja nos nossos copos, daí resolvi conversar com ele, nós três ficamos mais de meia hora conversando e também descobri que o cara era gente boa, mas esse talvez eu tenha pensado isso porque me deu cerveja, talvez.
Enfim, é o fim! (...)

Diário do capitão - De Presidente Venceslau para Anastacio-SP / São Carlos-SP

Esse vai ser o "diário de bordo" do início das minhas mochiladas por ai, claro que independente de para onde eu vá essa sempre vai ser a melhor e esse meu porto seguro!
Para começar, vamos deixar claro que para que essa e outras viagens sejam válidas (pelo menos para mim), não posso gastar muito dinheiro, primeiramente não posso gastar para me locomover, o resto devo gastar o mínimo, daí então a viajem é "real".
-
Depois de muito combinar finalmente saímos do ponto inicial (Presidente Venceslau) com destino a São Carlos, mas antes de tudo ainda precisávamos convencer algumas pessoas sobre minha presença!
Anastacio:
Pegando um ônibus(3,00$) as cinco horas da tarde, de Presidente Venceslau até Santo Anastacio para encontrar minha namorada e os pais dela, nesse ponto já sabia como seria difícil, mesmo porque não sou o cara mais legal do mundo e muito menos o que pais geralmente gostam. "Preso" na rodoviária com apenas 0,40$ até as 8:30PM acabei encontrando alguns colegas e o tempo passou rápido, quando minha namorada chegou e fomos ao encontro dos seus pais, ainda estava bem assustado, mas se soubesse que não precisaria ficar assim, nem teria me preocupado com nada. Os pais, irmãos e tia dela me viram chegando e logo de cara foram muito legais comigo, foi apenas um encontro para apertarmos as mãos e combinar a hora de voltar pra casa. Até então eu não tinha onde dormir e apenas 25,00$ na carteira devido a venda de uma camiseta, saímos, jogamos sinuca (perdi pra ela) e depois voltamos!
Nesse ponto o plano era ficar na frente da casa tomando refrigerante e conversando até o dia amanhecer e eu ter a conversa definitiva com o pessoal, mas para nossa surpresa, as 02:00AM estavam todos acordados e eu pude conversar com o irmão mais velho e a mãe da minha namorada, duas pessoas que foram muito gentis comigo, apesar de que minha sogra (óóó) não parava (e não para) de me zoar!
Ficamos realmente acordados até o outro dia, quando o combinado era voltar até Venceslau, de carona claro, pegar minhas roupas para vir para São Carlos. Chegando lá uma grande surpresa, como sempre briguei um pouco com pessoas, mas até ai deu tudo certo.
Até agora esses são relatos da Sexta feira e do Sábado! Enfim, no sábado, o meu cunhado (intimo, não?!) nos chamou para ir ao boliche, o que me interessou muito já que nunca havia jogado e também achava que só o Fred Flinstones poderia me ensinar, mas não, meus cunhados e sogro me deram dicas boas.
Chegando lá, claro antes de tudo fomos beber, só eu, um de meus cunhados e meu sogro. Tomamos umas 5 torres e meio de chopp, sim, meio!
Uma das torres estava meio suja, com uns negócios preto, tomamos metade dela e pedimos ao gerente outra de graça porque aquela estava suja (Haaaaaaaaha). Ainda quase conseguimos arrumar briga no boliche, mas como minha sorte para essas coisas anda meio fraca (ou não), enfim nós três ficamos um pouco bêbados, chegamos e dormimos, tadinha da minha namorada, cheguei mal disse boa noite e já fui dormir!
No dia seguinte, Domingo, falei com o pai dela, meu sogro, ele deixou eu vir para São Carlos com eles, me contou algumas historias e ditou suas regras e se mostrou um cara muito gente boa e principalmente compreensivo!
Um detalhe importante e interessante do Sábado foi eu e minha namorada "fugindo" dos "travecos do crack" fuga efetuada quando estávamos cortando caminho pela FEPASA e um cara ou melhor "cara" encanou com nós dois!
No domingo ainda saímos com uma amiga nossa e também mais cedo com meu cunhado mais novo, outro que enfrente altas coisas para ver sua namorada. Chegamos da rua e íamos ficar acordados até as 06:00AM que foi a hora que acordamos para viajar, mas como estávamos um pouco cansados, dormimos, mesmo que nem se considere muito dormir, já que deitados eram 04:30AM para acordar depois de uma hora e meia.

Na estrada:
Como não se pode estranhar, na estrada viemos rindo  bastante, dando uns cochilos e comendo porcaria, mas a melhor parte é a que eu estava descalço, calça rasgada e camiseta suja quando paramos no posto Graal, um posto muito do chiquezinho aqui perto de São Carlos, você pega até uma espécie de cartão controle para entrar no posto, na verdade um mini shopping. Quando fui entrar no posto junto com o meu cunhado que queria me mostrar umas estátuas, espadas e várias coisas muito interessantes que tinha naquele lugar, a moça da entrada antes de me entregar o cartão me olhou bem da cabeça aos pés, mas olhou descaradamente, inclusive olhou bem para minhas orelhas e barba (Lê-se BARBICHA) e só depois de uns 30 segundos me entregou o bendito cartão. Sim, eu ri muito quando fui ao banheiro, ficava imaginando o que passou pela cabeça da mulher!
Conseguimos chegar aqui em São Carlos, fomos ao shoping fazer compras e jogar basquete, foi onde me humilharam no jogo de novo, sou péssimo em jogos! E aqui estou eu, contando a primeira parte da viajem.
Vale lembrar alguns detalhes sobre tudo isso.
Primeiro, conheci quase a familia inteira da minha namorada, avós paternos e maternos, tias e tudo mais. E eu afirmo aqui, nunca conheci um pessoal mais gente boa, acolhedor e  gentil que esse. Luiz meu sogro, apesar de parecer um homem muito sério e chato, é muito brincalhão e legal, tia Alessandra, minha sogra, é uma mulher muito divertida e positiva, as palavras até fogem um pouco quando se vai descrever a gentileza e tudo mais sobre ela, Cauê, meu cunhado mais novo, um cara muito gente boa, muito forte também, positivo igual a mãe, Caique, meu cunhado mais velho, é outro cara muito gente boa que pelo pouco que conheci ele, parece saber aproveitar a vida muito bem, realmente alguém pra se confiar e finalmente Raíra, minha namorada que dispensa comentários, uma menina doce, meiga, gentil, como a mãe dela mesma diz, tem uma cabeça (Não de tamanho, cabeçudo é o Cauê) uma menina ótima.
Daqui a alguns dias vem mais coisas sobre a viajem, hoje vou buscar a Rá na escola, fazer almoço, colocar meus piercings da boca de volta, andar de skate e aproveitar muito meu aniversário.
Enfim, é o fim! (...)