sexta-feira, 9 de julho de 2010

Diário do capitão - Fuga (completo)


(...) Depois de todas minhas aventuras, lutas, conquistas e "desconquistas" momentâneas, eu e o que viria ser minha esposa tivemos que provar que "zumbis nunca morrem"¹ !
Pela segunda vez nos proibiram de ficar juntos então resolvemos fazer alguma coisa, fugir, sim fugir e tentar uma vida juntos, só nós dois. Como faríamos isso, para onde iríamos, como ir? Arrumamos um "amigo" juntei todas minhas economias e fizemos um plano:
Eu iria encontrar ela na rodoviária de São Carlos de madrugada, pegaríamos um ônibus até Campinas e depois um até Pedreira, onde nosso "amigo" estaria nos esperando. Foi o que fizemos, mas o meu caminho foi um pouco diferente, como? Seguinte:
Tinha um dinheiro e algumas idéias na cabeça, por sorte um amigo em Camboriu, um cara meio maluco igual a mim. Peguei um ônibus até Camboriu, encontrei meu amigo fiquei na casa dele por alguns dias, estava a mais de uma semana adiantado do dia do encontro, mas por que se adiantar tanto e ir pra tão longe do local marcado? Para despistar qualquer um que pudesse querer me encontrar e possivelmente relacionar a fuga de minha esposa com o meu desaparecimento.
Um belo dia meu amigo me fala:
- Vamos para a Argentina?
Não pensei duas vezes antes de dizer:
- Demoro!
Então arrumamos as malas e pegamos a estrada, mas claro que não podíamos chegar lá do nada e nem pelos métodos convencionais, eu não tenho passaporte e ele menos ainda, chegamos a uma cidadezinha da Argentina de carona, logo depois a Buenos Aires, também de carona. Lá ficamos por três dias na casa de uma amiga dele até que nós três voltamos para Camboriu, chegando lá me despedi dos dois e segui rumo a São Carlos, dessa vez de ônibus!
Depois de muito esperar na rodoviária minha mulher chega, esperamos mais um pouco e pegamos um ônibus para Campinas, estávamos muito animados, diga-se de passagem, a viajem foi bem divertida, quando paramos em um posto, um caixa quase me fez perder o ônibus porque esqueceram de por preço no meu café, meia hora para saber o preço de um café expresso depois seguimos para Campinas, chegando à rodoviária tivemos que esperar por 4 horas até o primeiro ônibus que nos levaria até Pedreira, quando chegamos finalmente ao nosso destino tivemos ainda que esperar nosso "amigo" ir nos buscar, por sorte havia uma mesa de sinuca na rodoviária onde nos divertimos por mais ou menos 1 hora. Quando ele chegou para nos buscar terminamos a partida e fomos para a casa dele, os pais dele muito legais conosco, roles bem divertidos, estávamos em casa, mas ainda sim precisávamos e queiramos trabalhar e morar sozinhos.
Depois de uma semana na casa do nosso "amigo" saímos para procurar emprego e logo no primeiro dia consegui arrumar um para nós dois, em uma fábrica de jóias, ainda bem pois os pais desse nosso "amigo" descobriram que nós estávamos lá fugidos e que minha mulher era menor de idade! Um dia de manhã ele nos "expulsou" de casa e eu ainda não tinha achado um lugar para ficar, saímos de lá com nossas mochilas direto para o trabalho, trabalhamos o dia inteiro e no final do dia deixamos as mochilas guardadas no quarto de um dos funcionários da fábrica, o que cuidava e dormia lá. Por sorte consegui negociar um quarto em uma pousada, pagaria só no final de semana, esse quarto acabou virando nossa casa, nós dois saíamos cedo de lá, caminhávamos até a fábrica, almoçávamos por lá mesmo e assim foi por um mês, comprovamos comida, nos divertimos, fizemos tatuagens, colocamos piercings e tudo com o dinheiro do nosso trabalho. Em casa sempre dividimos as tarefas e assim estávamos felizes.

No meio desse um mês minha mulher voltou a falar com os pais dela, eles foram vê-la e passaram a se falar diariamente no telefone. Um belo dia o pai dela disse a ela que em São Carlos, onde eles moravam, tinha emprego, casa e tudo mais para nós dois, nós pensamos muito sobre a proposta, já que onde estávamos não podíamos cozinhar e não estávamos achando casa para morar. Foi quando resolvemos confiar na oferta e pedimos para eles buscar nós dois, mas ai que erramos, chegando em São Carlos não havia casa nenhuma, muito menos emprego.
Ficamos lá por uma semana até que tivemos uma pequena briga com minha sogra e resolvemos voltar para Presidente Venceslau, os pais dela nos trouxeram e esse é o fim da história, estamos aqui a duas semanas e meia, ainda não conseguimos arrumar trabalho, mas estamos tentando e de com emprego ou não, ESTAMOS JUNTOS que é o mais importante.
Enfim, é o fim!

*¹ Zumbis nunca morrem.
Tatuamos essa frase em inglês no peito (Zombies Never Die) Para nós essa frase diz muito sobre nossa historia, já que a 4 anos atrás conseguiram nos separar (Matar) mas foi momentâneo, assim como quando matam os zumbis. Depois desse tempo todo nos encontramos de novo e por mais que tentaram nos separar novamente nós revivemos e estamos de pé, continuamos lutando por nós, por nosso amor e mesmo que continuem tentando, Zombies Never Die!

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